Servidores (as) e terceirizados (as) da Justiça Federal na Paraíba (JFPB) se reuniram, na segunda-feira (02/12), para aprender e refletir sobre o tema da “Acessibilidade Comunicacional”. O minicurso - que aconteceu no Espaço SER, no edifício-sede, debateu os desafios enfrentados por pessoas surdas em interações cotidianas e a importância da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como ferramenta para promover a inclusão no Judiciário. 

As discussões foram conduzidas pelo professor Lígio Josias Gomes de Sousa, doutorando em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e especialista em Libras. Ele, que é surdo, compartilhou experiências pessoais sobre as barreiras que enfrentou (e ainda vivencia) em diversos ambientes, como a escola e o mercado profissional, pela falta de acessibilidade linguística. Diante disso, Lígio destacou a importância das pessoas e as instituições buscarem promover a inclusão.  

“Eu vim aqui para falar sobre acessibilidade sinalizada e como atender uma pessoa surda. Muita gente não conhece a língua de sinais e, por isso, quero compartilhar informações, explicar e mostrar um caminho, um passo a passo. Essas ações abrem portas para a união entre ouvintes e surdos, seja aqui na Justiça ou em outros lugares”, afirmou o professor, acrescentando que ter um intérprete profissional é o ideal, “mas todos podem aprender o básico de Libras”. 

Os intérpretes Nielson Oliveira e Evaristo Alves contribuíram durante o evento, facilitando a comunicação entre o professor e o público. O treinamento, que incluiu uma exposição teórica seguida por uma roda de conversa, teve como público-alvo principal os profissionais que lidam diretamente com o público externo da JFPB, como os colaboradores da segurança e da recepção. Maria Eduarda de Araújo, recepcionista na Seccional, destacou a relevância do curso. 
“Estou na recepção há dois meses e, diariamente, lidamos com vários públicos. Ainda não atendi uma pessoa surda, mas sei que é algo que pode acontecer. Esse curso me deixou mais preparada para oferecer um atendimento inclusivo e adequado”. A servidora Patrícia Holanda Cunha Barreto, da 16ª Vara, também participou do treinamento e elogiou a iniciativa.  

“Como cidadã, acredito que precisamos abrir os olhos para as barreiras enfrentadas pelas pessoas e buscar ajudar de alguma forma. Aqui no trabalho ou em qualquer outro setor da minha vida, quero estar preparada para dar suporte. Essa iniciativa é importantíssima, pois beneficia toda a sociedade", completou.  

JFPB possui Comissão de Acessibilidade e Inclusão 

O minicurso sobre comunicação inclusiva integra as ações desenvolvidas pela Comissão de Acessibilidade e Inclusão da JFPB, que é presidida pelo juiz federal e diretor do Foro, Manuel Maia. Presente no evento, ele agradeceu a todos que participaram. “Quero também ressaltar a importância que precisamos dar a esse trabalho de conscientização e garantia de acessibilidade plena. É um esforço diário, e a Direção do Foro permanece comprometida nessa caminhada”, afirmou. 

Membro da Comissão, a servidora Clarissa Gomes parabenizou também a Instituição "que abriu esse espaço. Como atividade neste fim de ano, nada melhor do que uma formação temática, com um recorte que ainda não havíamos tratado, para despertar interesse e curiosidade, reforçando nossa responsabilidade com a inclusão e acessibilidade de todos”. 

Dezembro tem data simbólica para PCDs 

O minicurso antecedeu o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado nesta terça-feira (03/12), reforçando a importância de ações contínuas para promover um mundo mais acessível e inclusivo. Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992, a data visa aumentar a conscientização global sobre os direitos das pessoas com deficiência e destacar a necessidade de sua plena participação na sociedade, em condições de igualdade.